*Não fosse o amanhã, que dia agitado seria o hoje!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

“Bullying”

A doutora Raquel Dodge foi ao Jaburu (logo lá) às 22h de terça-feira e encontrou-se com o presidente Michel Temer sem que houvesse registro na agenda do anfitrião. Até aí, vá lá, mas no dia seguinte ela informou à patuleia que foi a Temer para tratar da cerimônia de sua posse, no dia 18.
Se o Brasil tem um presidente e uma procuradora-geral que precisam se encontrar pessoalmente para tratar de um assunto de tamanha irrelevância, a situação está pior do que se imagina.
Noutra hipótese, reconhecida por assessores do presidente, os dois trataram das tensas relações do Planalto com a PGR. Nesse caso, a doutora Dodge julgou-se no direito imperial de propagar uma banalidade inverossímilElio Gapari /O Globo domingo 13

   
#1.O jornal inglês The Guardian publicou artigo de opinião nesta quinta-feira, 11, em que questiona a falta de senso crítico da mídia ocidental quanto ao Brasil. De acordo com o texto, a Venezuela presidida por Nicolás Maduro recebe a maior parte dos olhares na América do Sul, enquanto o governo de Michel Temer comete “abusos não democráticos”.
É claro que a situação da Venezuela é deplorável, mas é fácil perceber que a preocupação com Maduro não necessariamente tem relação com o bem-estar da população de seu país. Ao mesmo tempo, Brasil não recebe análises ou debates, mesmo quando demonstra os mesmos problemas... Neste momento, o contexto do Brasil não é interessante. É um regime de firme capitalismo e diminuição do Estado. O presidente diminuiu os gastos públicos, mutilou direitos trabalhistas e impôs uma dura reforma da previdência...” O texto também foi duro ao comentar a forma de Temer atuar: “Se não chegou ao poder por meio de um golpe violento e sua aliança com Dilma e o PT mostrou sua notória desonestidade e crônico jogo-duplo que causou uma ferida criada por ele mesmo..” - Leia mais
#2. A jurista Herta Däubler-Gmelin, ex-ministra da Justiça da Alemanha (1998-2002), afirmou em São Paulo que "há dúvidas cada vez maiores" sobre se o Judiciário brasileiro coloca o país na lista de lugares onde o Estado de Direito não é respeitado. Em alusão à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer... disse que uma situação similar na Alemanha provocaria a imediata renúncia do presidente.
Em visita a SP para participar de uma série de conferências organizadas pela Fundação Friedrich Ebert sobre a relação entre Justiça e democracia, a ex-ministra defende que o Brasil deveria reformular o modo pelo qual os juízes do STF são escolhidos. Däubler-Gmelin sugere que os magistrados tenham mandatos com prazo determinado e que seus nomes sejam aprovados em votações na Câmara e no Senado por ao menos dois terços dos parlamentares – Leia na íntegra
Nota de rodapé: Se você pudesse escolher, continuaria a morar no Brasil ou se mudaria daqui? O Instituto Paraná Pesquisas fez essa pergunta para 2.468 brasileiros entre terça e sexta-feira da semana passada. Constatou que um terço já se imagina em outro país. Aos números: 34,6% disseram que morariam no exterior, enquanto 62,8% não desistiriam do Brasil (2,6% não opinaram). Lauro Jardim/O Globo

Quando Michel Temer resolveu deixar o Palácio da Alvorada e voltou a morar na casa do Jaburu, circulou a história de que a velha residência dos presidentes fosse mal assombrada. Conversa fiada.
Mal assombrado é o Jaburu. Não se pode saber se o encosto vem de Joesley Batista ou do próprio Temer. Raquel Dodge não deveria ter ido lá – Elio Gaspari/o Globo

A pouco mais de um ano das eleições para a Presidência, os governos estaduais e o Congresso Nacional, os brasileiros manifestam rejeição generalizada à classe política, independentemente de partidos, e ao atual modelo de governo.
Segundo pesquisa do instituto Ipsos, apenas 6% dos eleitores se sentem representados pelos políticos em quem já votaram.
Desde novembro do ano passado houve queda de nove pontos porcentuais na taxa dos que se consideram representados.
A onda de negativismo contamina a percepção sobre a própria democracia: só metade da população considera que esse é o melhor regime para o Brasil, e um terço afirma que não é.
Quando os eleitores são questionados especificamente sobre o modelo brasileiro de democracia, a taxa de apoio é ainda mais baixa: 38% consideram que é o melhor regime, e 47% discordam.
A pesquisa também mostra que 74% são contra o voto obrigatório – Confere lá

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