O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não foi
preciso nem justo ao jogar suspeitas sobre ministros do Supremo nesta
segunda-feira, 4, a 13 dias de deixar o cargo. As quatro horas de conversas
entre Joesley Batista e seu fiel escudeiro Ricardo Saud contêm apenas uma
revelação realmente “gravíssima”: o papel duplo do ainda procurador Marcelo
Miller, que era, simultaneamente, parte da equipe de Janot e do time de
Joesley. Durante 24 horas, o Brasil escandalizou-se ao saber que havia citações
aos ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.[...].
Diante da
irritação geral no STF, Cármen Lúcia, que o preside, gravou pronunciamento não
só em defesa da instituição, dos colegas e dela própria, mas também de ataque –
elegante, mas ataque – a Janot.
Ao lembrar que
ele havia incluído os ministros ao falar do “conteúdo gravíssimo”, a ministra
cobrou duramente: “Agride-se de maneira inédita na história deste país a
dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honorabilidade de seus
integrantes”.
Nos bastidores
do Supremo, concluiu-se que Janot não quis “afundar sozinho”, ao descobrir o
quanto ele e a PGR haviam sido manipulados por Joesley e Saud. Atingido em
cheio pela confirmação de que Miller era mais uma marionete da JBS,
principalmente contra o presidente Michel Temer, decidiu repartir as culpas e
arrastar o Supremo junto. Havia uma guerra entre Janot e Gilmar, agora há uma
guerra entre a PGR de Janot e o STF. Só com a posse de Raquel Dodge, no dia 17,
virá a paz – Leia
na íntegra
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